Canto, oração, dança, poesia e cinema dividiram as atenções do público presente no quarto dia de Semuni. Também foi possível montar o próprio terrário no ICC

Na Quinta cultural, estudantes aprenderam a montar um terrário com vidros reutilizados, musgos, plantas, carvão ativado e pedras. Foto: Daniel Lustosa/Secom UnB

 

Curiosidade, bom humor e gana de aprender, ensinar e compartilhar marcaram a 22ª Semana Universitária no campus Darcy Ribeiro neste 1º de setembro. Na Quinta cultural, os estudantes puderam montar um terrário para chamar de seu. Soltaram a voz e entraram na dança no karaokê no meio do Instituto Central de Ciências (ICC). Responderam perguntas sobre livros na Pescaria cultural. Encontraram música, oração e poesia na Rádio Beijoca, e poetas da cena brasiliense no Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo). Debateram sobre o papel dos advogados na luta contra a ditadura, tema do filme de Sílvio Tendler exibido no CineClube Beijódromo. 

 

“Eu nunca tinha feito um terrário antes, mas eu tinha o sonho de fazer meu próprio terrário ou ter um terrário, comprar um. Eu nunca imaginei que poderia estar fazendo isso aqui na UnB, de graça. Então estou muito realizada, muito feliz mesmo, foi a realização de um sonho”, afirma a estudante de Biotecnologia da UnB Milena Araújo.

 

A estudante Milena Araújo saiu da Oficina de Terrários sorridente após realizar sonho. Foto: Daniel Lustosa/Secom UnB

Ela participou da Oficina de terrários ao longo da manhã no Udefinho (ICC) e ficou surpresa com a natureza do trabalho. “Pensei que era mais complexo o processo de montagem, mas na verdade é muito simples. Foi muito prazeroso e muito relaxante, foi terapêutico fazer esse terrário”, comenta. 

 

Na mesma turma estava o novato Pedro Granado, que cursa o primeiro semestre de Psicologia da UnB. Ele se programou para participar de várias atividades da Semana Universitária, e, segundo ele, esta dos terrários foi um destaque. 

 

“Eu vim para esta atividade, era essa oficina que eu queria. Foi muito bom, relaxante, parar um pouco com a correria para descobrir um novo hobby, descansar a mente para ocupar as mãos. Já conhecia terrários, mas nunca tinha visto fazer”, conta o calouro. 

 

Oficineiro convidado da UnB, Pablo Borges, professor de História que hoje se dedica ao projeto dos terrários, aproveita para passar aos estudantes o conhecimento histórico, químico e físico relativo às plantas que podem ser utilizadas na construção de um terrário, que, feito de maneira correta, é capaz de produzir água e oxigênio naquele ambiente. 

 

Ele ensina que é possível fazê-los de maneira mais barata com vidros reutilizados e higienizados, por exemplo. “Como nós trabalhamos com vidros reutilizados, mesmo utilizando plantas de primeira linha como os musgos e as diversas plantas que utilizamos, acabamos conseguindo fazer um terrário mais acessível”, explica. 

 

Na oficina da Semana Universitária, foram utilizados cinco musgos diferentes, cinco tipos de fitôneas (plantas típicas de terrários), carvão ativado, substrato também feito com carvão ativado, pedras de decoração e de drenagem, além de areias de decoração. 

 

MISCELÂNIA – Ao lado dessa atividade, no ICC, estava a Pescaria cultural, em que os interessados poderiam parar e pescar pequenos papéis com perguntas sobre livros específicos. Nas caixas de cores diferentes havia também questões de níveis diferentes: fácil, intermediário e difícil.

 

“No nível mais fácil as perguntas são mais fáceis e os livros são mais conhecidos. Temos disponíveis os clássicos da literatura, vários best-sellers”, explica a bibliotecária responsável pela iniciativa, Janaína Melo.

Pescaria cultural estimulou troca de conhecimentos sobre livros e diversão. Foto: Daniel Lustosa/Secom UnB

 

A pescaria contou com o apoio da Editora da UnB, que separou três kits com livros doados para premiar um participante de cada nível de dificuldade na brincadeira. 

 

“Quem acerta a mais difícil concorre à premiação referente aos livros mais difíceis – são dez obras selecionadas pela Editora UnB. Mas todos os participantes ganham marcador de páginas das nossas casas de cultura: temos um da Casa Niemeyer, um do Memorial Darcy Ribeiro (Beijódromo) e um da Casa da América Latina”, complementa a bibliotecária do Beijódromo.  

 

O decano de Extensão em exercício, Alexandre Pilati, reforça que a ideia da Quinta cultural é oferecer uma série de atividades para estabelecer o diálogo com a comunidade universitária por meio da arte, da cultura e da produção do conhecimento.

 

“E também procurando fazer com que as pessoas interajam ativamente com a arte e com a cultura, mostrando que não são coisas só de especialistas e que podemos vivenciar isso no nosso cotidiano de várias formas”, declara.

 

Pilati destaca ainda a interação da Universidade com os estudantes de ensino médio que visitaram a UnB desde o primeiro dia de Semana Universitária. “É um momento para eles conhecerem e verem que a Universidade não produz só ciência, mas também arte, cultura, desenvolve outras formas de expressão e é legal que eles tenham também contato com essas linguagens”, avalia. 

RÁDIO E POESIA – Entre o Instituto Central de Ciências e o prédio da Reitoria, foi montada a Rádio Beijoca, iniciativa do professor Fernando Bomfim. Com poesias penduradas em um varal montado entre as árvores e com músicas escolhidas a dedo para tocar em temas específicos, como a questão de gênero e os povos tradicionais, a ideia era proporcionar momentos de acolhimento, agradecimento, reflexão e luta. 

 

“São experimentações de ocupação itinerante de um espaço para tentar debater o contexto social”, resume o docente. 

 

Não por acaso a atividade teve início com orações feitas por indígenas de diferentes etnias em suas línguas originárias.

 

>> Confira uma delas na íntegra abaixo: 

https://soundcloud.com/jornalismosecomunb/prece-indigena-abriu-atividades-da-radio-beijoca?utm_source=clipboard&utm_medium=text&utm_campaign=social_sharing

 

“A Rádio Beijoca é uma máxima poética, uma guerrilha cultural amorosa antifascista, em defesa da emancipação da humanidade. E dentro disso nos organizamos em termos sonoros, artísticos, coletivos, sentimentais e tentamos vencer o ódio que assola o Brasil hoje”, complementa Fernando Bomfim.

Sílvio Tendler (no telão), Eneá de Stutz e Almeida e José Geraldo de Sousa Junior no debate sobre ditadura a partir de filme exibido no CineClube Beijódromo. Foto: Daniel Lustosa/Secom UnB

 

O professor também promoveu o Festival do Beijo no Memorial Darcy Ribeiro, mais conhecido como Beijódromo. Lá, o poeta Nicolas Behr e a educadora Alexandra Rodrigues – egressa da Faculdade de Educação da UnB –, participaram de uma conversa com o público acadêmico e a comunidade em geral sobre as infinitas formas e expressões do beijo na condição humana. 

 

CINE CLUBE – Diversa e plural, a atividade da Semuni voltada para o cinema focou um debate sobre o filme Os advogados contra a Ditadura: Por uma questão de Justiça, de Sílvio Tendler, com a presença virtual do diretor no Anfiteatro 10. Participaram da mesa os professores José Geraldo de Sousa Junior e Eneá de Stutz e Almeida, ambos da Faculdade de Direito da UnB.

 

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