Apresentação dos projetos de extensão do Polo UnB Recanto das Emas. Foto: Divulgação.
Com o retorno das atividades presenciais, os projetos de extensão que atuam no Polo UnB Recanto das Emas resolveram retomar o diálogo com a comunidade. Na última terça (17), os projetos se apresentaram e receberam algumas demandas de participantes de movimentos sociais e coletivos culturais da cidade. O evento aconteceu no espaço físico do Polo, na Quadra 115 do Recanto das Emas, e foi uma espécie de preparação para o Fórum Sociocultural que está previsto para junho e deve resultar na eleição de Conselho Estratégico com participação de moradores.
Olgamir Amancia, decana de Extensão, disse que a Universidade não ficou parada durante a pandemia, que impediu a realização presencial de atividades de extensão. Durante o período, o Decanato de Extensão (DEX) lançou diversos editais e aprovou 10 projetos para o Polo.
“Queremos muito mais que isso”, disse a decana. “Precisamos retomar o diálogo com as escolas da cidade – fui procurada por estudantes que querem retomar projetos, ou seja, temos demandas da comunidade, são os moradores que vão dizer quais são as maiores preocupações”.
O diretor de Desenvolvimento e Integração Social do DEX, Rogério Ferreira, disse que o momento é de retomada: "Tivemos pandemia no momento em que a UnB e a administração fizeram uma parceria para aumentar o polo. Mas a UnB se manteve ativa mantendo projetos funcionando na cidade”.
Wanderley Eres de Deus, administrador da cidade, disse que pretende fortalecer a parceria com a UnB. "Para a gente é muito gratificante que vocês estejam proporcionando uma alternativa para os moradores. A gente espera que mais pra frente venha o campus da Universidade”.
PROJETOS – Em março, cada Polo elegeu uma coordenadora para representar os projetos e programas de extensão. Aos coordenadores, cabe articular os projetos desenvolvidos, mantendo diálogo entre eles e com as comunidades locais. A coordenadora do Polo do Recanto é Paula Gomes De Oliveira, que apresentou os dez projetos que atuam na cidade, divididos nos eixos socioambiental e socioeducativo.
“Extensão sempre foi o lugar onde eu me sentia muito à vontade. São as pessoas que validam o conhecimento que a gente produz, conhecimento que é capaz de transformar”, disse a coordenadora.
Entre os projetos, está o coordenado por Paula, Universidade e Escola sem muros, além do Observatório do Novo Ensino Médio e Colaboração Para a Vida.
Morador da cidade e professor do Centro Educacional 308, Eliseu Amaro contou que a escola onde trabalha enfrentou muitas dificuldades durante a pandemia, também por ter iniciado as atividades como escola de Ensino Médio em 2020. O professor apresentou uma demanda dos moradores: a retomada de um cursinho preparatório para o Enem e PAS que era realizado em parceria com a UnB na Ceilândia. “Fico feliz ver a UnB no recanto, eu passava e ficava triste de ver esse espaço ocioso. É muito bom ver vocês na periferia”.
REPE – A partir da perspectiva de expansão territorial da Universidade, surgiu a Rede de Polos de Extensão (REPE), oficializada em abril de 2022. A resolução, aprovada pela Câmara de Extensão (CEX), estabelece a REPE como um Programa de Ação Contínua gerido pelo DEX. A ideia é integrar projetos que já são realizados e estimular a criação de novas propostas. Hoje, 61 projetos atuam nos cinco Polos de Extensão. A Rede deve integrar ações interdisciplinares de extensão, articulada com ensino e pesquisa.
Além do Recanto das Emas, a UnB tem Polos de Extensão na Cidade Estrutural, Paranoá, território Kalunga (que está nos municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, em Goiás) e Chapada dos Veadeiros (em Alto Paraíso, Goiás).
“Essa expansão é o compromisso da universidade com o DF, com a Ride (Região integrada de desenvolvimento) e com o Brasil”, disse a decana. “Toda a atuação tem que ser voltada para a comunidade”.