Ação organizada pelo Copei, DPI e DEX beneficiou 47 iniciativas da UnB. Entre elas, está e-book com informações científicas acessíveis sobre a covid-19

Projetos de diversas áreas foram contemplados com até R$ 30 mil. Foto: Acácio Pinheiro/Agência Brasília

 

O Comitê de Pesquisa, Inovação e Extensão de combate à covid-19 (Copei), e os decanatos de Pesquisa e Inovação (DPI) e de Extensão (DEX) publicaram, em 3 de setembro, o resultado final do Edital nº 01/2020, que visa viabilizar apoio financeiro à execução de pesquisas científicas e projetos tecnológicos, de inovação e de extensão desenvolvidos na Universidade de Brasília para enfrentamento ao novo coronavírus. No total, foram contemplados 47 projetos, todos classificados nas duas chamadas prospectivas da instituição de iniciativas contra a covid-19. 

 

"Estes projetos são de suma importância, porque representam as ações da Universidade de Brasília, em várias modalidades e áreas, no combate à covid-19. A instituição não ficou parada em nenhum momento desde o início da pandemia. Surgiram inúmeros projetos de pesquisa, inovação e extensão nos últimos cinco meses, a partir das chamadas do Copei, DPI e DEX, e isto resultou em um belo portfólio de projetos", afirmou a presidente do Copei, Claudia Amorim.

Claudia Amorim, presidente do Copei, salienta a importância dos projetos para buscar soluções à atual crise sanitária. Foto: Arquivo pessoal

 

O edital destinou R$ 760 mil, provenientes do orçamento da Fundação Universidade de Brasília, a inciativas em diversas frentes, como plataformas computacionais para o monitoramento da saúde na pandemia, produção de diagnósticos para covid-19, proteção social para populações vulneráveis, garantia de acesso à água em comunidades carentes, divulgação de informação relacionada à pandemia (combate às fake news), além de ações ligadas à saúde mental e a outros temas, direta ou indiretamente relacionados à pandemia e suas consequências na sociedade. Cada projeto recebeu até R$ 30 mil.

 

>> Relembre: Edital vai destinar R$ 760 mil para projetos para projetos classificados em chamadas prospectivas

 

"São projetos que buscam a melhoria da qualidade de vida das populações por meio dos resultados das pesquisas e das ações de extensão, papel fundamental da universidade pública, não somente em tempos de crise, mas, em especial, neste momento. Sem a ciência, a sociedade não alcança facilmente as respostas para situações como esta", observa Claudia.

 

FUNDO – A presidente do Copei também destaca a importância das doações realizadas por pessoas físicas e entidades aos projetos. O Comitê criou, em parceria com a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), um fundo de arrecadação de doações para financiar iniciativas da UnB voltadas ao enfrentamento à covid-19. É possível contribuir ao acessar o link: https://www.finatec.org.br/doacaoprojetos/form

 

Os recursos podem ser destinados a projetos específicos do portfólio da Universidade ou ao fundo geral de doações. O comitê gestor do fundo irá direcionar as contribuições aos projetos seguindo os critérios de classificação nas chamadas prospectivas, com a máxima transparência. As doações podem ser feitas por meio de boleto, depósito bancário, cartão de crédito ou PayPal. Para colaborar com serviços, materiais ou equipamentos, é preciso, primeiro, articular a ação junto ao Decanato de Pesquisa e Inovação (DPI), pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

"A participação da sociedade, do setor privado e da sociedade civil é crucial para que a Universidade possa dar andamento às ações que concretizarão estas contribuições. É com enorme orgulho que a UnB apresenta à sociedade os seus conhecimentos e as possibilidades de ações e espera que a adesão de todos, com contribuições ao fundo de doações, possa trazer concretude a estes projetos e viabilizar o combate à pandemia em todas as suas dimensões", ressalta Claudia Amorim.

Professora Fabiana Brandão teve projeto para desenvolvimento de e-book com informações sobre a covid-19 contemplado no edital do Copei, DEX e DPI. Foto: Arquivo pessoal

 

COVID-19 EM LINGUAGEM ACESSÍVEL – Um dos projetos contemplados pelo edital foi o da professora Fabiana Brandão, do curso de Farmácia. A docente está à frente da elaboração do e-book Covid-19 – Informação e cuidado para superar a crise, que busca divulgar informações científicas de combate à pandemia.

 

"O projeto da criação do e-book nasce de uma observação minha, como professora e pesquisadora da área, de como as pessoas estavam divulgando uma série de informações que não são verdadeiras sobre a pandemia, consultando fontes sem embasamento científico e assumindo aquilo como verdade. Tamanho foi o desespero pela falta de informação e de conhecimento científico da sociedade que essas informações passaram a se propagar de forma tão nociva, e poderiam até ser mais do que a própria pandemia", explica a idealizadora da publicação.

 

A proposta surgiu da preocupação com a forma como as informações relacionadas à crise sanitária e ao novo coronavírus chegariam à população em maior vulnerabilidade socioeconômica. "A primeira coisa que pensei foi: como posso popularizar a ciência? Como posso fazer com que a ciência e o conhecimento que temos na academia, particularmente na área da saúde e de microbiologia química, saiam dos muros da Universidade? Então, a chamada [prospectiva de projetos] de combate à covid-19 me alertou muito e instigou isso dentro de mim. Pensei em criar um e-book que fosse popular, em uma linguagem muito mais fácil de compreensão, mas que fosse totalmente baseado em evidências científicas, escrito por estudantes, doutores e professores da área", relata a docente Fabiana.

 

Assim que o projeto foi aprovado, montou-se uma espécie de comissão, formada por alunos da UnB em vários níveis – recém-ingressos e formandos – além de recém-egressos e estudantes voluntários de outras instituições de dentro e fora do Distrito Federal, todos sob supervisão de professores orientadores.

 

O livro possui oito capítulos, todos ilustrados, que abordam desde virologia básica até métodos diagnósticos e métodos avançados de diagnóstico molecular. Um deles traz informações sobre medicamentos, vacinas e a importância dos estudos clínicos. A publicação também conta com um capítulo dedicado às crianças.

 

"As crianças são impactadas com a quantidade de notícias que recebem dos familiares e da televisão, que aborda bastante a covid-19. Nisso, tivemos a inclinação de criar um capítulo científico, de forma lúdica, onde contamos a história de um menino que viaja dentro do corpo humano para lutar contra o novo coronavírus. As crianças vão aprendendo uma nova linguagem, estruturas de biologia molecular, biologia celular, imunologia e microbiologia. Temos tido um feedback maravilhoso, elas adoraram", compartilha a professora.

E-book pretende trazer informações precisas sobre a pandemia do novo coronavírus. Imagem: Reprodução

 

FOMENTO E CIRCULAÇÃO – Os recursos para financiar o projeto foram destinados ao pagamento de bolsas aos estudantes que contribuíram para o desenvolvimento do e-book: "A maioria dos estudantes que colaboraram com esse projeto são de baixa renda e passam por uma situação difícil, devido à pandemia. Eles trabalharam muitas horas no desenvolvimento do projeto, pegaram afinco à leitura da língua inglesa e tiveram muito cuidado, muitas horas de estudo e muito trabalho, juntamente com os supervisores de cada capítulo. Temos acompanhado o esforço fenomenal que DPI, DEX e Copei têm feito para fomentar e dar fundos aos projetos".

 

O livro foi incluído como material de consulta na rede de ensino privada do Distrito Federal e de Minas Gerais, onde a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) sugeriu a adoção da publicação pela Secretaria de Educação do estado. A partir da divulgação do e-book, a professora Fabiana espera que a ciência seja mais valorizada pela população.

 

"A ciência é patrimônio que deve contribuir com a humanidade e vem para nos trazer luz, não para nos deixar mais confusos ou virar arma política. A ciência é para informar, instruir e cuidar da humanidade. Queremos que o e-book viralize e alcance todas as camadas sociais, que as pessoas gostem de ler, que as pessoas olhem as ilustrações e se interessem, que elas se identifiquem com uma linguagem não rebuscada e de fácil acesso, mas muito bem estruturada e baseada em evidências científicas. Queremos que a ciência volte a ser valorizada, respeitada e até querida pela população, como deve ser", finaliza a coordenadora do projeto.

 

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