Acolhimento, pertencimento, permanência. Essas três palavras resumem o FEF Acolhe, projeto de extensão que integra a comunidade universitária em atividades voltadas à saúde física e mental. As ações acontecem todos os dias, entre 12h15 e 13h40, no campus Darcy Ribeiro: Faculdade de Educação Física (FEF) e Centro Olímpico (CO).
Com apenas um mês de existência, o FEF Acolhe surgiu de um grupo de professores que se incomodou com o adoecimento dos estudantes. “Universidade promove saúde ou doença?”, questiona a professora Jaciara Oliveira, da Faculdade de Educação Física, uma das idealizadoras.
Segundo a professora, o mal estar era palpável, então surgiu a proposta de promover o autocuidado, fazendo frente ao momento que a Universidade vive. O objetivo é contemplar vários estudantes, criando um lugar de convivência. “Tem estudantes retornando à Universidade e nós queremos contribuir. Sabemos que processos de acolhimento afetuoso podem impactar positivamente o desempenho acadêmico”, diz a professora.
O edital Vida Estudantil do Decanato de Ensino de Graduação (DEG) ofereceu 12 bolsas que permitiram o início das atividades. Além dos 12 alunos bolsistas, cinco professores fazem parte do projeto, que ofereceu atividades no dia dedicado a saúde e bem-estar, durante a Semana Universitária 2019.
Resultado da integração de dois projetos de extensão, o Movemente, voltado para práticas holísticas, e o Mesclar, voltado para vivência e reflexão sobre o lazer e cultura corporal, o FEF Acolhe oferece oficinas de forró, caiaque, meditação ativa e zazen, circo, defesa pessoal para mulheres, além de uma sala de descanso, conhecida como “cochiloteca”.
As atividades são totalmente abertas, e em apenas um mês as avaliações são bastante positivas. A professora Jaciara Oliveira já percebeu uma mudança de clima. “Não é que vá resolver, mas temos um papel social fundamental, plantamos uma semente”, resume.
Uma das atividades mais procuradas é a de defesa pessoal para mulheres, que acontece às quintas na sala de tatames do Centro Olímpico. A oficina é ministrada por Caroline Azevedo, aluna do 2º semestre de Educação Física. Caroline pratica caratê há 14 anos, e aprendeu com o pai, professor da arte marcial, a dar aulas de defesa pessoal.
A demanda é alta, e todas as semanas a aula de defesa pessoal conta com a participação de mais de vinte mulheres de vários cursos. “Nós mulheres temos medo de andar na rua, no ônibus, até na faculdade. Os casos de feminicídio recentes me deixaram preocupada”, desabafa a instrutora. “Mas com a defesa pessoal, as mulheres começam a criar mais autoconfiança. Hoje elas sabem se defender.”