Após uma semana de programação intensa, a Semana Universitária 2018 vai chegando ao fim. Para concluir o período inteiramente voltado à extensão universitária, a UnB escolheu como tema a internacionalização, que está em pauta na instituição em 2018 e visa levar a Universidade a patamares mais altos.
A principal atividade de encerramento está marcada para acontecer às 10h30 desta sexta-feira (28), no Memorial Darcy Ribeiro, o Beijódromo. O encontro tem como foco a divulgação da presença da UnB em países latino-americanos. Sob o título Integrar Universidades na América Latina: os Desafios da Internacionalização ao Sul, o evento visa apresentar programas e ações de cooperação acadêmica internacionais com envolvimento da Universidade e promover debates. O representante da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), Alvaro Máglia é presença confirmada.
“É essencial mostrarmos como a parceria solidária posicionará nossas universidades com um sentido de pertença e como isso é necessário para construir relevantes e excelentes instituições de ensino, prontas para enfrentar os desafios do colonialismo acadêmico, da inclusão, do desenvolvimento, do bem-estar e do bem viver de nossas populações”, destaca Alvaro Máglia sobre o conteúdo da discussão.
A UnB tem buscado expandir sua influência em países da América Latina, sobretudo do Cone Sul. Recentemente, passou a integrar o rol de instituições integrantes da AUGM. Criada em 1991, a associação congrega universidades autônomas de seis países para promover o fortalecimento da educação superior pública, com o desenvolvimento e difusão mútuos de pesquisas científicas e tecnológicas, atividades de ensino e extensão, além da consolidação de recursos humanos de alto nível.
Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai são países membros do grupo, atualmente com 35 universidades. A adesão é feita por meio de indicação e aprovação das demais participantes. À frente da Semana Universitária, a decana de Extensão da UnB, Olgamir Amancia, vê o ingresso da Universidade no grupo como uma importante conquista.
“Ao fortalecermos essa articulação, estamos fomentando o intercâmbio e a parceria com povos de identidade semelhante à nossa, além de inverter uma lógica histórica de diálogo mais forte somente com a Europa e Estados Unidos. Sem dúvidas, isso nos insere em outro patamar de interlocução com as grandes universidades”, acredita.
Tal aproximação beneficia diretamente a comunidade acadêmica, que poderá estreitar relações com instituições de países vizinhos para produção de conhecimento, além de conhecer diferentes culturas. Essas são perspectivas que atendem aos objetivos do Plano de Internacionalização, norteador das ações da UnB na área.
Iniciativas de cooperação acadêmica recentes têm mostrado como internacionalização e extensão universitária podem ser áreas relacionadas. Nesse sentido, o DEX implementou o Programa Especial Rede Sul Sul de Formação Intercultural. Promovida em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) – organismo internacional, com atuação em países da América Latina e do Caribe, além da Espanha –, a estratégia envolve a formação interdisciplinar nas modalidades de extensão para graduação e especialização, a partir da troca de experiências e saberes produzidos por instituições sul-americanas.
CULTURA INTERNACIONAL – Antes do encerramento oficial, às 9h, também no Memorial Darcy Ribeiro, a comunidade conhece o catálogo da primeira edição do Programa OCA de Residência Artística Internacional. O trabalho é resultado de ações performáticas e atividades educativas realizadas por selecionados na primeira convocatória do programa, oferecido pela Casa da Cultura da América Latina (CAL/DEX), junto à Organização de Estados Ibero-americanos (OEI).
Com a proposta de promover a internacionalização cultural, a iniciativa reúne artistas de países da América Latina e Caribe para imersão na capital federal, de onde podem pensar intervenções que reformulem as dinâmicas urbanas. Ao longo da experiência, os selecionados tiveram a oportunidade de trocar experiências culturais, artísticas e intelectuais em interação com estudantes da UnB, de escolas públicas e comunidade em geral.
“Essa residência é importante, na medida em que nos coloca nessa dinâmica de se identificar e pensar as questões comuns aos povos latino-americanos, como nossas afinidades e diferenças”, explica o diretor da CAL, Alex Calheiros. Os seis artistas convocados na segunda edição da residência também serão apresentados.