Equipe vai além das competições e apresenta ciência e tecnologia para crianças

Vitoriosa em competições nacionais e internacionais, a equipe de futebol de robôs UnBeatables viu a possibilidade de ir além da pesquisa e da liga mundial de futebol. Com o sucesso de público, principalmente o infantil, a professora Mariana Bernardes, da Faculdade do Gama, decidiu começar um projeto de extensão. O objetivo é levar ciência e tecnologia para crianças e adolescentes em escolas e hospitais do Distrito Federal.

 

imbativeis1Nos campeonatos, as conquistas incluem o bicampeonato da Robocup – 2014 em João Pessoa e 2015 em Hefei, na China – e o tri da Competição Latino Americano e Brasileira de Robótica (CBR-LARC). O modelo escolhido pela Robocup na categoria SPL (Standart Plataform League), a liga com mais público, é o NAO, muito utilizado para a robótica educacional. Sua plataforma de programação provê recursos educacionais, mas também permite que a equipe programe do zero. Nas disputas, todas as equipes têm o mesmo equipamento e a competição acontece na programação, e na hora do jogo, o robô precisa ser totalmente autônomo, ou seja, não pode receber nenhum comando externo.

 

Portanto, não foi difícil trazê-lo para interagir com as crianças. “Com essa plataforma temos uma abertura grande. Todo mundo gosta, se identifica e interage. Sentimos que pode ser um canal facilitador da aproximação das pessoas, das crianças principalmente, com a tecnologia. Então nós quebramos aquele distanciamento que elas sentem de achar que ciência, que robótica é uma coisa complicada e difícil”, explica Mariana. A equipe tem dois robôs, o RoNAOdo e a NAOmi, que antes era conhecida com NAOmar.

 

Nas escolas, são duas frentes. A equipe UnBeatables faz visitais motivacionais curtas com o público infantil. As apresentações são quase como gincanas e têm temas atuais e trabalhados em sala de aula. Com alunos um pouco mais velhos, as oficinas Edubot entram em ação. Quando o UnBeatables se tornou um PEAC, absorveu a equipe do Edubot, que não tinha apoio institucional da Universidade.

 

Os robôs utilizados nessas oficinas também são pedagógicos, mas são mais avançados como ferramenta educacional e permitem que o próprio aluno faça a programação. As oficinas consistem em 10 módulos. Os alunos de ensino médio começam sem muita noção de programação, e ao longo dos encontros vão desenvolvendo as habilidades. No final do semestre, são capazes de configurar o robô.

 

Além do trabalho nas escolas, a equipe trabalha junto a hospitais. Eles já fizeram visitas ao Hospital Regional do Gama e ao Hospital da Criança, em eventos como a Semana da Criança e a Semana do Natal, em que fizeram apresentações e visitas pela internação pediátrica. “As crianças respondem super bem, é um momento diferente no dia deles”, diz.

 

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As oficinas Edubot muitas vezes são ministradas por ex-alunos das escolas, hoje na Universidade. É o caso de Eric Castro, ex-aluno do Centro de Ensino Asa Norte (CEAN), colégio que recebe encontros nas manhãs de terças e quintas. Para ele, esse tipo de contato pode estimular os alunos para seguir o caminho da tecnologia.

 

São oito extensionistas na equipe UnBeatables e 15 na equipe Edubot. Enquanto os participantes da Edubot já eram voluntários, a UnBeatables era mais ligada a competições. E a transição para projeto de extensão despertou uma animação diferentes neles, segundo a professora Mariana. “Eu tinha medo de ninguém aparecer nas visitas por estarem focados na parte da competição, mas foi justamente o contrário: todos vão. Quando um não pode, fica chateado, vê se pode fazer em outro horário”, conta.

 

Eles também já deram treinamentos até para professores, no Seminário Amplifica, evento organizado pelo Google sobre difusão de tecnologia em sala de aula. O objetivo era capacitar os professores e estimular o ensino de robótica. “Não adianta dar o equipamento se o professor não sabe usá-lo em aula”, diz Felipe Dalosto, membro da equipe desde que foi criada, em 2013. Segundo ele, esse tipo de atitude é uma forma de retribuir o investimento que ele recebe da Universidade e evitar perder talentos. “É muito bom poder abrir portas para pessoas que não teriam essa oportunidade”, diz ele.

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