A decana Janaína Soares destaca entre as prioridades do Decanato de Extensão a redução da burocracia, a otimização do funcionamento do SIGAA e a melhoria no atendimento presencial

 

Autor: Marina Nery

Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 


 

O DEX irá promover ações de extensão com a comunidade acadêmica, integrando educação socioambiental aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, destaca a decana Janaína Soares. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

O Decanato de Extensão (DEX) é o oitavo na série de entrevistas realizada pela Secretaria de Comunicação (Secom) com nomes da administração superior para a gestão 2024-2028. Responsável por coordenar ações, projetos e programas da UnB que ajudam a aproximar e democratizar as relações entre a Universidade e a sociedade, o decanato é gerido, desde o fim de 2024, pela professora Janaína Soares (LET/IL).

 

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A equipe do DEX é composta por 46 pessoas, divididas em três diretorias, uma secretaria geral e cinco coordenações. Eles atuam na formação qualificada do estudante, do docente e do técnico, por meio da proposição de políticas públicas educacionais. Tendo a articulação entre ensino, pesquisa e extensão como indissociável, a UnB incentiva a inserção curricular da extensão desde o primeiro semestre, o que gera benefícios para o estudante, a Universidade e a sociedade.

 

Em 2024, o decanato aprovou 870 projetos, ofertou mais de 10 mil bolsas, executou 12 editais estratégicos e 1.176 ações, propostas com a participação de 2.765 técnicos, 9.695 docentes, 27.720 discentes e 7.190 membros externos.

 

Um dos principais braços do DEX hoje é o Programa Estratégico Rede de Polos de Extensão (Repe), com 57 projetos, em cinco polos de extensão. Ele conta com a participação de 120 bolsistas e 37 voluntários diretamente envolvidos, alcançando 14 comunidades no Distrito Federal e em regiões de Goiás. 


"O DEX possibilita a troca de saberes entre a Universidade e territórios, priorizando ações voltadas ao atendimento das necessidades socioculturais, políticas, educacionais, culturais, direitos humanos e de saúde da sociedade. A Universidade não tem muros e queremos que a nossa relação seja a mais próxima possível." Janaína Soares, decana de Extensão da UnB.


 

A decana Janaína Soares tem licenciatura em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e doutorado em Língua Espanhola pela Universidade de Salamanca (USAL-Espanha). Acumula dois pós-doutorados em estudos comparados entre português brasileiro, espanhol e inglês, realizados na Universidade de Granada (UGR-Espanha) e na Universidade de Toronto (UofT-Canadá).

 

"Educadora negra, periférica, vinda de movimentos sociais, testemunho a retroalimentação de saberes convergindo em uma sociedade mais justa", descreve a docente, professora adjunta da UnB desde 2008. A nova decana de Extensão já atuou na formação de diversos professores de línguas estrangeiras e coordenou o Grupo de Pesquisa MuLEC - Multilínguas Estrangeiras para Crianças.

 

Confira a entrevista com a decana Extensão, Janaína Soares:

 

Como o DEX vai contribuir para a justiça socioambiental na UnB?

O DEX vai incentivar, estimular e mobilizar junto à comunidade acadêmica a proposição e o desenvolvimento de ações de extensão que articulem educação socioambiental aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, com intercâmbios e diálogos com os territórios e as empresas. Um dos mecanismos para promover a justiça socioambiental é o direito à participação e à tomada de decisões sobre políticas públicas, por isso faremos um diálogo participativo com a comunidade interna e externa à UnB.

 

O que deve mudar na maneira como o decanato atua e o que será mantido?

O DEX avançou quantitativamente revelando seu capital político gerado na interação com nossos representantes. Partimos daqui qualitativamente, visando que o fomento de nossas ações e projetos enfatizarão a inserção curricular como uma ponte entre nossos discentes, nossos egressos e os conhecimentos de seus campos de atuação. O corpo técnico administrativo de alta competência atua também como proponente de ações extensionistas e se configurará também como sujeito com voz nessas ações.

 

Quais são as principais prioridades desta gestão? Por que foram escolhidas como foco inicial?

Reduzir a burocracia, otimizar o funcionamento do módulo de extensão do SIGAA e otimizar o atendimento presencial à comunidade acadêmica no DEX são os focos principais. Também vamos desenvolver uma política de comunicação que dê visibilidade às ações realizadas na UnB e ao imenso capital artístico e cultural presente nas Casas de Cultura, verdadeiras portas de entrada da comunidade. Tudo isso para que alcancemos uma melhor articulação com a sociedade e com os nossos representantes. Esse vínculos já existem, e devem permanecer e ser ampliados.

 

Quais são os principais desafios do DEX atualmente e o que será feito para superá-los?

A operacionalização do SIGAA e demais sistemas da UnB utilizados pelas nossas equipes e comunidade acadêmica e externa, que aumentam a burocracia. Outro desafio importante é a captação de recursos para a manutenção da realização de diversos programas, além do cuidado com as estruturas básicas, como as Casas Universitárias de Cultura, assim como o cuidado com os servidores e suas condições básicas de trabalho. Ações conjuntas com os técnicos são parte do histórico de nosso decanato, em busca de diálogos constantes e de concretização de ações.

 

Quais ações estão sendo implementadas nesses primeiros dias da gestão e como se relacionam com as ações de longo prazo?

A organização das equipes e a revisitação dos fluxos e dos procedimentos administrativos foram prioridade, com o objetivo de otimizar os processos e reduzir o retrabalho. Seguiremos atentos para que o andamento de atividades não seja descontinuado. Queremos agilizar processos para evitar o atraso das bolsas e a execução de emendas, além de realizar o levantamento de necessidades básicas dos servidores, gerando locais dignos de trabalho. Nesse início, propomos a criação de comissões que busquem com diálogo soluções que levem em conta o histórico de cada setor.

 

Como você planeja envolver a comunidade universitária nas decisões e projetos do decanato?

Mostrando que as atividades desenvolvidas não são só para a comunidade interna da UnB. Visibilizaremos as ações por meio de canais de comunicação direta, como o portal do DEX, o Radar DEX e o Instagram, motivando ainda mais a participação do público externo. Com maior participação da Câmara de Extensão, estreitaremos relações entre as diretorias e as unidades acadêmicas, motivando discentes a ocuparem os espaços. E vamos fomentar a promoção de eventos de divulgação do acervo de todas as Casas de Cultura em todos os campi, com parcerias público-privadas.

 

Que mensagem você gostaria de deixar para a comunidade universitária?

Não só para a comunidade universitária, mas para toda a sociedade, reafirmamos que a Universidade não tem muros e queremos que a nossa relação seja a mais próxima possível. A transformação pela educação, cultura e arte surge em espaços proporcionados por uma simples ação extensionista, muitas vezes sendo a mudança de chave dos que não sabem que, sim, têm voz. Todos podemos ser agentes dessas mudanças como participantes que busquem evoluir com inovações tecnológicas, com maior uso de nossos serviços e com ainda mais parcerias junto à sociedade.

 

SERVIÇO – O Decanato de Extensão funciona no prédio da Reitoria, campus Darcy Ribeiro, e no Setor Comercial Sul, Edifício Anápolis, com a Casa da Cultura da América Latina, ambos de segunda a sexta, das 8h às 18h. Telefone: (61) 3107 0316 e email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.


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