Equipe de extensão usa redes sociais como ferramenta para circulação do conhecimento entre diversos públicos

Estudantes da pós-graduação e a coordenadora geral do projeto, professora Paula Bellozi. Foto: Arquivo Pessoal

 

O projeto Lab de Bem nas Redes: Divulgação e popularização da Ciência, do Departamento de Ciências Fisiológicas (CFS/IB/UnB), surgiu durante a pandemia de covid-19, diante da circulação de desinformação sobre temas científicos. Para enfrentar a tendência danosa à sociedade, o projeto de extensão contribui para a divulgação de informações científicas confiáveis por meio das redes sociais: @labdebem, no Instagram, e Lab de Bem, no Faceboook.

 

Fruto do Laboratório de Bioenergética e Metabolismo (Lab de Bem), a iniciativa produz materiais com linguagem acessível e fomenta engajamento entre o público-alvo. O foco principal são temas relacionados ao metabolismo e equilíbrio energético, que se enquadram nas linhas de pesquisa do laboratório. A coordenadora geral da ação, professora Paula Bellozi, conta que os docentes orientam os alunos (da graduação e pós) na elaboração de roteiros, com referências confiáveis, e na tradução da linguagem científica para um público mais amplo. Os professores Andreza de Bem e Jair Goulart também coordenam o Lab de Bem nas Redes.

 

“Realizamos o acompanhamento dos alunos, que ocorre em reuniões quinzenais, nas quais definimos funções, metas e estratégias para o projeto, sempre atuando em trabalho colaborativo. É importante ressaltar que os estudantes são o coração e os protagonistas deste projeto”, explica Bellozi.

 

Pedro Henrique Santos, 21, discente do sexto semestre do curso de Farmácia, é bolsista do projeto e participa da produção de conteúdos para as redes sociais, orienta os alunos voluntários e atualiza os professores sobre o funcionamento das atividades do projeto.

 

O estudante explica que a equipe possui um esquema de confecção de roteiros para as postagens. “Pesquisamos assuntos em alta na internet com relação aos temas do laboratório: por exemplo, o uso do Ozempic [medicação para diabetes também usada para controle de peso em pessoas não diabéticas]. Com base em artigos científicos de revistas, indexadas ao laboratório, simplificamos o conteúdo e deixamos a linguagem mais fácil. Escrevemos roteiro, com feedback dos professores, fazemos arte no formato de cada rede social para posts e, por fim, compartilhamos com os seguidores no Facebook, Instagram, X (ex-Twitter) e Threads”, relata Pedro.

Postagem no Instagram do Lab de Bem apresenta detalhes sobre como o consumo de álcool afeta o fígado e as doenças que pode causar. Imagem: Reprodução/@labdebem>

CIÊNCIA SIMPLIFICADA – Segundo a coordenadora Paula Bellozi, os objetivos do Lab de Bem nas Redes são: “combater a desinformação, promover a divulgação de conteúdo científico de qualidade nas redes sociais, formar alunos como comunicadores científicos, capacitando-os para traduzir informações complexas em linguagem acessível à comunidade, e contribuir para a educação científica da comunidade, abordando temas relevantes e de interesse público”, destaca.

 

Além da seleção dos temas em voga, outras estratégias foram adotadas para as postagens alcançarem a sociedade. Uma delas é a segmentação em perfis de público alvo, definido como pessoas com interesse em ciência e saúde, educação científica, em busca em combater a desinformação; pacientes (ou parentes de pacientes) com doenças relacionadas ao metabolismo; profissionais de educação; e estudantes de graduação e pós.

 

“Os conteúdos abordam diversos aspectos. Na postagem Efeitos Hepáticos do Consumo Crônico de Álcool, por exemplo, explicamos como o consumo de álcool afeta o metabolismo e as consequências que o abuso da substância causam para a saúde. Também mostramos como isso se torna um problema de saúde pública. A ideia geralmente segue essa direção: primeiro encontramos um assunto que pode gerar interesse ou alguma dúvida que surge de nosso público, escrevemos um roteiro e, a partir dele, criamos algum material de divulgação”, explica Bellozi.

 

Paula Bellozi também destaca as contínuas tentativas de conectar a ciência com temas do cotidiano e doenças comuns na comunidade. Foi o caso das enchentes que atingiram o Rio Grande Sul, causadas pelas fortes chuvas durante o mês de maio. Segundo dados do Governo do Estado Rio Grande do Sul, 90% dos municípios foram afetados e cerca de 600 mil pessoas foram desalojadas.

 

“Recentemente realizamos um evento em Brasília, o Talk Science, em que nos solidarizamos com a população atingida pelas cheias do RS. O tema do evento foi o debate sobre as fake news, a desinformação e divulgação da ciência. Estamos planejando uma ação na Semana Universitária sobre a importância da sustentabilidade na nossa sociedade”, destaca a docente Paula Bellozi.

 

Para o bolsista Pedro, a participação no projeto tem ensinado lições sobre trabalhar em equipe, com público e desenvolver uma boa comunicação. “Nas reuniões semanais, os estudantes da pós-graduação do Lab de Bem nos apresentam artigos inovadores e interessantes no mundo científico, que nos atualizam e nos informam sobre o quê eles estão pesquisando, e também sobre como divulgar o trabalho e pesquisas científicas do laboratório”, reforça o estudante.

 

*estagiária de Jornalismo na Secom/UnB.

ATENÇÃO O conteúdo dos artigos é de responsabilidade do autor e expressa sua visão sobre assuntos atuais. Os textos podem ser reproduzidos em qualquer tipo de mídia desde que sejam citados os créditos do autor. Edições ou alterações só podem ser feitas com autorização do autor.