Estudar em Paz promoveu, em 13 anos de existência, ações de sensibilização e formação de pessoas nas mais diversas instituições de ensino

A temática dos direitos humanos está sempre pulsando na Universidade de Brasília. Em 2022, foram instituídas a Câmara e a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), para liderar as ações institucionais relacionadas ao assunto, debaixo da Política de Direitos Humanos da Universidade. Os prêmios Anísio Teixeira e Mireya Suárez reconheceram iniciativas da comunidade acadêmica que promovem os direitos humanos. Nesta série de reportagens, você lê detalhes sobre cada um desses projetos vencedores. O segundo material é sobre o Estudar em Paz.

Projeto de extensão premiado pela promoção de direitos humanos na educação, Estudar em Paz funciona há mais de uma década dentro do Núcleo de Estudos para a Paz e os Direitos Humanos (NEP/Ceam). Imagem: Divulgação

 

Estudar em Paz – mediação de conflitos no contexto escolar é um projeto de extensão da Universidade de Brasília que tem o objetivo de levar a mediação social transformadora para escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal e para o Instituto Federal de Brasília (IFB). Com isso, busca consolidar a mediação como prática educacional para a paz e para os direitos humanos. A iniciativa é vinculada ao Núcleo de Estudos para a Paz e os Direitos Humanos (NEP), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam), e foi a vencedora da categoria Educação Básica do Prêmio Mireya Suárez de Direitos Humanos 2022.


Professora do Departamento de Serviço Social e coordenadora do projeto, Nair Bicalho de Sousa afirma que o reconhecimento reafirma a missão constitucional da Universidade. “A formação em mediação individual e coletiva, em perspectiva transformadora, freiriana, é um instrumento fundamental para garantir o diálogo construtivo em torno de situações de conflito que poderiam gerar atitudes de violência, agressividade e intolerância. À medida que a Universidade coloca esta formação em relevância, ela revela sua identidade com projetos democráticos e participativos que promovem esta vivência concreta dos direitos humanos.”


O projeto já promoveu ações de sensibilização e formação de educadores e estudantes nas mais diversas instituições de ensino do DF e ofereceu cursos de formação e oficinas de mediação em institutos federais. Em 13 anos de existência, formou cerca de mil mediadores sociais.


Além disso, o NEP, por meio do Estudar em Paz, está em constante articulação com a Secretaria de Educação do DF e outras instituições parceiras, como o Tribunal de Justiça (TJDFT) e o Ministério Público do DF (MPDFT), visando a construção de uma política pública de mediação de conflitos para as escolas públicas.

Nair Bicalho de Sousa é coordenadora do Estudar em Paz. Iniciativa aproxima Universidade das escolas e tem fomentado educação voltada para a cultura da paz e para os direitos humanos. Foto: Beto Monteiro/Secom UnB

 

Estudar em Paz é fundamentado na ideia de que a mediação social transformadora não busca a resolução de problemas ou a satisfação de indivíduos em conflito. O objetivo é a transformação das pessoas e contextos conflituosos e/ou violentos a partir dos princípios de fomento da inclusão; de promoção da visão positiva do conflito, para que seja concebido como oportunidade de crescimento; e de colaboração para o esclarecimento das diversas formas de violência, suscitando ações e movimentos de prevenção e enfrentamento.

 

Nair Bicalho de Sousa diz que entre as maiores conquistas do projeto estão os vínculos criados durante todos os anos com a comunidade escolar do DF. “Esses laços sociais, também de confiança e afeto, permitiram que o nosso projeto fosse desenvolvido nas escolas durante todo esse tempo, formando ampla rede de resistência e solidariedade, voltada para a difusão da educação para a paz e os direitos humanos na educação básica”, explica.

 

PRÊMIO – Com foco em práticas pedagógicas emancipatórias de direitos humanos desenvolvidas no âmbito da UnB, o Prêmio Mireya Suárez foi entregue a quatro projetos. Estudar em Paz ganhou na categoria Educação BásicaOficinas de Direitos Indígenas e Audiovisual no Acampamento Terra Livre (ATL) 2022 conquistou a vitória em Educação em Contextos Não Escolares. No eixo Educação Superior, a disciplina Raça, diáspora africana e relações internacionais foi a vencedora. O Laboratório de Garantia de Direitos Políticos (LabGDP) recebeu o prêmio em Educação para Profissionais do Sistema de Justiça e/ou de Segurança.

 

 
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