Com discussões sobre extensão universitária e formação cidadã, evento foi realizado nos dias 17 e 18 de novembro

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Mesa de abertura do XIII Serex. Na foto abaixo, a estudante Júlia Massoud. Fotos: Luis Henrique/DEX.

 

Pra que(m) serve seu conhecimento? Foi essa pergunta que os debates realizados durante o XIII Seminário Regional de Extensão Universitária da Região Centro-Oeste (SEREX) buscaram responder. O evento aconteceu nos dias 17 e 18 de novembro, na Universidade de Brasília (UnB), e reuniu docentes, discentes, técnicos, gestores das instituições de ensino superior e público interessado com o intuito de promover, ampliar, aprofundar e avaliar o debate sobre a Extensão Universitária.

 

Além das comunicações orais, pôsteres e apresentações culturais, o Serex contou com quatro palestras sobre desafios enfrentados pelos extensionistas – sejam professores ou estudantes –, como a fragmentação do conhecimento e a inserção curricular da extensão, sempre com foco no protagonismo estudantil.

 

O Serex recebeu estudantes de várias universidades do Centro-Oeste, como a Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Jataí (UFJ), Universidade de Rio Verde (UniRV) e a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

 

A estudante Júlia Massoud, da UCDB, apresentou seu projeto de extensão sobre Plogging, uma mistura de esporte com coleta de lixo. O projeto Educação Ambiental com Trilha Ecológica e Coleta de Resíduos engloba design, publicidade e biologia. Júlia, que é estudante de publicidade, destacou o diálogo com outras área de conhecimento: “Aprendi muito sobre biologia, e os estudantes de biologia aprenderam sobre comunicação”, afirma. “Além de tudo, o projeto valorizou muito o contato da universidade com a comunidade”.

 

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 A cultura também teve destaque durante o evento, com apresentações musicais e de dança feitas por extensionistas. Com forte atuação no Recanto das Emas, a banda Nação Mangangá fez sucesso. O produtor cultural Bernardo Antônio de Barros destacou o impacto do Polo de Extensão do Recanto das Emas: “Nós tínhamos dificuldade no acesso aos espaços públicos. O Polo colocou a cultura como um dos vetores do debate com a comunidade, então tivemos acesso ao espaço físico para cursos e apresentações”, declarou.

 

FORMAÇÃO – “O eixo de todo evento é o debate sobre a extensão como formação, e a UnB tem sido bastante propositiva em relação ao tema”, explicou Rogério Ferreira, coordenador do Serex.

 

Decana de Extensão da UnB, a professora Olgamir Amancia destacou o pensamento de Darcy Ribeiro, cujo centenário foi comemorado no mês passado. “O grande sonho dele era que estudantes de diferentes áreas de conhecimento pudessem dialogar”, disse.

 

Esse diálogo é o centro do fazer extensionista. E precisa ser horizontal. “Estamos no mesmo patamar da comunidade externa, do estudante, cada um com saberes e metodologias distintas. Quando colocados em aproximação, contribuem para construir um conhecimento novo”, destacou a decana.

 

Para Márcia Abrahão, a capacidade do estudante da UnB de circular por várias áreas do conhecimento tem facilitado a implantação da curricularização da extensão. “A UnB já tem uma extensão consolidada”, afirmou.

 

INSERÇÃO – A partir de janeiro de 2023, as atividades de Extensão precisam compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação em todo o país. Esse processo de inserção curricular da Extensão foi bastante destacado durante todo o evento.

 

“O Serex traz temas sensíveis e fundamentais para a consolidação da Extensão, nos coloca o desafio de lutar pelo reconhecimento”, ponderou Ludmila Grego, Pró-Reitora de Extensão da Universidade Federal de Jataí (UFJ). “A inserção nos provoca a procurar metodologias com as quais não estávamos acostumados, mas é uma oportunidade de renovação da universidade”.

 

Na palestra de abertura, o Pró-Reitor de Extensão da Universidade Federal do Pará (UFPA), Nelson José de Souza Júnior, falou sobre esse desafio. “A extensão tem se mostrado, nos últimos anos, um elemento definidor das universidades. Propondo mudanças estruturais profundas e definitivas”, argumentou. “As Universidades não formam apenas bacharéis, doutores, e etc, mas lideranças definidoras do tecido social”.

 

Os resumos expandidos aprovados farão parte dos anais do evento, que serão publicados em formato digital no site do XIII SEREX em até 45 dias após o término do evento. A próxima edição do Serex vai ser realizada na Universidade de Rio Verde (UniRV), em Goiás, no final de agosto.

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