Realizada nesta terça (28), atividade também teve atrações culturais e apresentações orais de projetos

III Encontro de Extensionistas reúne docentes e discentes na discussão de caminhos para fortalecer a extensão universitária. Imagem: Reprodução/DEX

 

A extensão universitária é parte fundamental da formação acadêmica, junto com o ensino e a pesquisa. A integração das atividades de extensão aos currículos dos cursos de graduação no Brasil foi tema da palestra de abertura do III Encontro de Estudantes Extensionistas da Universidade de Brasília (UnB), parte da programação da Semana Universitária. A convidada do evento desta terça (28) foi a professora Fabiana Dultra, Pró-Reitora de Extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

 

Além da palestra, o encontro teve atrações culturais e apresentações orais de projetos cadastrados no Decanato de Extensão (DEX). Todas as atividades podem ser assistidas no canal da Extensão no YouTube.

 

O processo de inserção curricular da extensão – liderado pelo Decanato de Extensão (DEX), com apoio do Decanato de Ensino de Graduação (DEG) – está próximo de ser finalizado na UnB. O objetivo é regulamentar a creditação de atividades de extensão como componente curricular nos cursos de graduação da Universidade por meio da participação de estudantes em extensão universitária.

 

Assim, a UnB está mais próxima do cumprimento da meta 12.7 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê o mínimo de 10% do total de créditos exigidos à graduação para programas e projetos de extensão universitária.

 

Em resolução publicada em dezembro de 2018, o Ministério da Educação (MEC) estabeleceu diretrizes para a inserção curricular da extensão nos projetos pedagógicos de todos os cursos de graduação.

 

Um dos objetivos é estreitar o vínculo da comunidade acadêmica com a população por meio, por exemplo, dos polos de extensão da Estrutural, do Recanto das Emas, do Paranoá e dos Territórios Kalunga. Diversas atividades formalizadas junto ao DEX e cadastradas no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (Sigaa) poderão dar créditos aos estudantes: participação em programas e projetos de extensão, além de cursos, oficinas e eventos, desde que vinculados a projetos. Disciplinas novas ou já existentes também podem ser integral ou parcialmente dedicadas à extensão.

 

PALESTRA – Diretor técnico de Extensão da Universidade de Brasília, Alexandre Pilati explicou que o DEX tem trabalhado de forma articulada com o DEG. “Sempre pensando no patrono da educação brasileira, o nosso homenageado da Semuni, Paulo Freire”, disse. “Trazer a extensão para a centralidade dos processos de aprendizagem é uma forma de fazer um conhecimento significativo em termos políticos e sociais, e nos vincular à necessária transformação da sociedade brasileira.”

 

Pró-Reitora de Extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Fabiana Dultra Britto considera que a extensão, atualmente, é para os docentes uma opção desvalorizada pela falta de financiamento. Para ela, com a obrigatoriedade de inserção nos currículos, existem desafios a serem enfrentados.

 

“O desafio é que nós lutamos esse tempo todo e conquistamos a centralidade da extensão na vida acadêmica. Agora é mostrar que esse patamar alcançado se deve a uma relevância política, social e econômica”, disse. Para ela, a extensão é a instância que mais expressa a dimensão pública da Universidade, em diálogo com a sociedade.

 

“Nós não estamos ali para solucionar um problema de ausência. Nós estamos nos juntando a esse grupo justamente porque ele é diferente. E vamos entender o que é possível oferecer – saberes, vivências – juntos para construir algo em comum.”

 

Outro desafio é pedagógico. Ela ressaltou que é necessário responder como essas atividades serão incorporadas na vida acadêmica dos estudantes de maneira a preservar os valores e pressupostos que ela está defendendo. “Porque a extensão passa a ter uma dimensão de avaliação, controle de frequência.”

 

“A vida universitária é muito além da sala de aula. Não é aquilo que sustenta a experiência acadêmica. A extensão é uma oportunidade de experimentar esse tipo de vida além do laboratório, da sala", pontuou.

 

A atual presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz, contou que o movimento estudantil enfrenta um processo complexo por conta da pandemia, se organizando de forma on-line, enquanto a extensão necessita da presencialidade. Para ela, existem muitos desafios para o momento pós-pandemia. “É preciso garantir que mais estudantes tenham condições de participar. Como? Ofertando bolsas que garantam essa extensão. Quanto mais vagas se abrem, mais a extensão cumpre seu papel”.

 

Confira a abertura do III Encontro de Extensionistas:

 

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