Uma parceria entre a Universidade de Brasília, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e o Serviço de Limpeza Urbana (SLU) vai acompanhar os casos de Covid-19 entre catadores, coletores e varredores. A ideia é prevenir a doença entre esses trabalhadores e melhorar a coleta seletiva do DF.
O projeto “Monitoramento dos casos de Covid-19 na vida e no trabalho dos catadores, coletores e varredores do DF” faz parte do Programa de Extensão “Pare, Pense e Descarte”, que surgiu por iniciativa de estudantes do curso de Saúde Coletiva da Faculdade UnB Ceilândia (FCE) e atua desde 2010. A partir de 2013, o programa passou a ser coordenado pela professora Vanessa Cruvinel. "Por todos esses anos tivemos uma abordagem muito ampla e uma equipe multidisciplinar”, diz.
A parceria com o Governo do Distrito Federal começou em 2017. Na ocasião, o projeto foi convidado para realizar diagnóstico epidemiológico dos catadores que trabalhavam no lixão, que seria fechado em janeiro de 2018. Com apoio da Secretaria de Saúde, o trabalho foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde da Cidade Estrutural, e envolveu entrevistas, exames de sangue, testes antropométricos, avaliações de sinais vitais, entre outros. O objetivo era entender as necessidades e demandas dos trabalhadores, que eram encaminhados para as equipes de saúde da família.
Depois do fechamento do Lixão, os catadores foram realocados em centros de triagem de coleta seletiva. Desde então, o projeto realiza o monitoramento da saúde desses trabalhadores. “Com o início da pandemia, continuamos acompanhando de forma remota”, explica a professora Vanessa Cruvinel. “Produzimos material de apoio para esclarecer dúvidas e auxiliar na prevenção”.
Documentos produzidos pelo projeto também subsidiaram o retorno da coleta seletiva no DF. Agora, a ideia é incluir também os garis no monitoramento. O contato foi feito com as empresas terceirizadas, que passaram relatórios que especificam os casos confirmados. “Os relatório apontam que existe uma prevalência muito maior da Covid-19 do que entre os catadores”, relata Cruvinel.
O acompanhamento está sendo feito por telefone e inclui informações sobre comorbidades, internações, medicações, intubação e sequelas. Os dados serão passados para a Secretaria de Saúde. “Queremos tentar proteger ao máximo esses trabalhadores, sensibilizando a população para a necessidade do descarte correto dos resíduos para que diminua o risco de contágio”, explica a professora.
Catador, coletor e varredor do DF, se você teve Covid-19, suspeita que teve ou tem, ou conhece um colega que teve ou suspeita, ligue para:
Vanessa: (61) 98112-7747
Giulia: (61) 99665-1820
Lucrecia: (61) 99177-8108
*Com informações de SLU/DF.