Iniciativa promoverá a conscientização acerca dos processos de coleta seletiva com base em resultados de pesquisa sobre o assunto

O projeto Coleta Seletiva Solidária busca conscientizar e ensinar a comunidade acadêmica sobre a separação e o descarte correto de materiais recicláveis. Foto: Luis Gustavo Prado/Secom UnB

 

Um projeto de extensão da Universidade de Brasília busca conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância e a necessidade da separação e disposição final correta de resíduos secos e orgânicos. É o Coleta Seletiva Solidária, criado em consonância com o decreto presidencial nº 5.940/2006, que dispõe que todo resíduo produzido em órgãos públicos, oriundo de compra com verba pública, seja doado às cooperativas de catadores.

 

Vinculada ao Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS), a iniciativa existe há quatro anos e promove campanhas educativas, além de produzir materiais para sensibilizar os segmentos universitários sobre o assunto. O projeto é coordenado pela professora do CDS Izabel Zaneti e conta com apoio do pesquisador Clerismar Longo e de uma equipe bolsistas e voluntários: os estudantes de Ciências Ambientais Beatriz Machado Silva e Matheus Costa Ribeiro, de Engenharia Ambiental Camilla Dayse e de Enfermagem Matheus Feliciano Figueiredo.

 

“É um projeto educativo, de educação ambiental, em que são feitas atividades e ações com a comunidade universitária explicando o que é a coleta seletiva, como separamos nossos papéis, vidros, latas e plásticos dos resíduos orgânicos e como isso deve ser encaminhado para as cooperativas. Com a pandemia, indagamo-nos sobre como está sendo feita essa coleta pela comunidade acadêmica", detalha Zaneti.

 

Os integrantes da iniciativa realizaram pesquisa para levantar informações de estudantes, docentes e técnicos administrativos e terceirizados da Universidade sobre consumo, coleta e descarte de resíduos sólidos durante a pandemia. Um questionário ficou disponível para respostas de junho a outubro, com perguntas que envolviam desde o conhecimento sobre coleta seletiva até a realização da separação de resíduos e mudanças de hábitos.

 

Atuante no monitoramento de ações da instituição voltadas à sustentabilidade e à preservação ambiental, a Secretaria de Meio Ambiente (SeMA) da UnB disparou o formulário para parte da comunidade acadêmica. 

Coordenadora do projeto de extensão, Izabel Zaneti diz que levantamento de informações auxiliará na elaboração de materiais educativos. Foto: Arquivo pessoal

 

Para a professora Izabel Zaneti, os resultados obtidos foram positivos. Das pessoas que responderam, 97% afirmaram que sabiam o que é coleta seletiva. Dessas, 78% relataram que adotam a prática. “Existe uma quantidade ali [de pessoas] a ser trabalhada pela Universidade neste tempo de pandemia, para conscientizar e informar sobre o que é e a importância de fazer a coleta seletiva”, aponta a coordenadora do projeto.

 

RECOLHIMENTO NA PANDEMIA – Com a retomada da coleta seletiva nas cooperativas, paralisada por alguns meses por conta da atual situação sanitária, há a preocupação principalmente em relação ao método de higienização dos resíduos descartados, para que os catadores não sejam contaminados ou até mesmo feridos durante o trabalho.

 

Por isso, o questionário também apresentou perguntas sobre os procedimentos adotados pela comunidade acadêmica para a higienização de resíduos. Foram destacadas medidas como o uso de sabão e álcool e até mesmo a exposição do resíduo ao sol por 72 horas.

 

A pesquisa possuía, ainda, questões sobre os contêineres disponibilizados pelo Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU) para auxiliar a coleta voluntária. Locais para entrega dos resíduos podem ser vistos em diferentes regiões administrativas do DF.

 

Nas respostas, 34% das pessoas disseram estar dispostas a levar seus resíduos para esses pontos de coleta. Outro tema destacado no formulário foi o acesso a informações sobre a coleta seletiva no período de pandemia.

 

“As informações que as pessoas tiveram foi da suspensão da coleta seletiva e também uma orientação para armazenar os resíduos em casa, em duas sacolas, e disponibilizar essa coleta de forma a evitar a contaminação dos resíduos que vão para os catadores, bem como os EPIs [equipamentos de proteção individual], que devem ser colocados em sacolas separadas e no lixo comum”, relata Izabel Zaneti.

 

Os resultados da pesquisa irão contribuir na consolidação de materiais educativos destinados ao público universitário. “Pretendemos usar essas informações do questionário no sentido de planejar vídeos e uma cartilha on-line para enviar à comunidade acadêmica nestes tempos de ensino remoto, conscientizando as pessoas da necessidade de separar os resíduos orgânicos dos secos, da higienização dos resíduos, de levar informações corretas para fazer uma coleta seletiva segura”, explica a professora.

 

ENTREGA VOLUNTÁRIA – Segundo informações do SLU, o DF conta com 244 papa-recicláveis – contêineres para destinação voluntária de lixo reciclável – atendendo todas as regiões administrativas. Nos pontos de coleta, os cidadãos podem depositar material seco: papel, papelão, metal e plásticos. Não podem ser depositados resíduos orgânicos, rejeitos, líquidos e vidros. A coleta seletiva porta a porta continua acontecendo nos locais em que o serviço já era oferecido.

 

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