Iniciativa visa ao resgate e à preservação das tradições de quilombos. Inscrições para seleção de participantes vão até 24 de julho

Equipe do Centro de Documentação Quilombola Ivo Fonseca acredita no potencial do projeto como mais uma ferramenta de combate ao racismo. Foto: Arquivo pessoal

 

O Centro de Documentação Quilombola Ivo Fonseca (CDIF), projeto de extensão da Universidade de Brasília, procura voluntárias interessadas em construir um acervo que registre a história quilombola na cena política e jurídica do país. A iniciativa, coordenada pelo professor Menelick Netto, da Faculdade de Direito (FD), foi aprovada no fim de abril pela Câmara de Extensão e busca novas participantes da comunidade interna ou externa.

 

As selecionadas devem atuar com suas habilidades e dentro de sua disponibilidade. Das pelo menos 14 vagas oferecidas pelo projeto, quatro são para autodeclaradas quilombolas. Para se candidatar, é preciso preencher o formulário de inscrição, anexar documento de identificação pessoal; declaração que comprove vínculo com a UnB (se da comunidade universitária da instituição); carta de intenções em formato escrito, de até duas páginas, ou em áudio, de até cinco minutos; carta assinada por liderança ou organização que indique vínculo com comunidade quilombola (se for o caso); e concordar com os termos de compromisso do projeto de extensão.

 

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As atividades desenvolvidas pelas voluntárias versam sobre a catalogação, coleta e sistematização de arquivos de texto, imagem e audiovisual; organização de informações e dados; interpretação e elaboração de textos; manuseio de programas estatísticos; criação e edição de material e produção e desenvolvimento web. 

 

O PROJETO  "Mais do que resistência à escravidão, o quilombo foi uma experiência de organização social de pessoas negras no enfrentamento ao racismo", lembra Rodrigo Gomes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Direito (PPGD) e um dos coordenadores do projeto.

 

Ele explica que um dos objetivos do centro de documentação é o combate ao racismo e ao sexismo, presentes na sociedade contemporânea e herança da construção colonial. "Falar dessa temática é necessário para compreender como muitas estruturas político-jurídicas foram consolidadas no Brasil", acrescenta a pesquisadora e estudante de Direito Victória Lisboa.

 

O grupo acredita que pode contribuir no combate ao racismo e na promoção de práticas que edifiquem as políticas de ações afirmativas na UnB. "Ao pensar e promover ações que valorizem o modo de viver, fazer e criar das comunidades quilombolas, trazemos essa contribuição", afirma Emília Viana, coordenadora de formação do projeto, professora substituta da Faculdade de Direito e doutoranda do PPGD.

Projeto de extensão também é fruto de cooperação com a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq). Foto: Equipe de Conservação da Amazônia/Ecam

 

Muitas das tradições e histórias das comunidades quilombolas são transmitidas pela oralidade e não possuem registro escrito ou imagético que ultrapasse suas fronteiras.

 

"O material faz parte de uma memória que, muitas vezes, é apagada por ficar individualmente com pessoas. Com o registro, poderemos indicar autorias também", explica a doutoranda e cofundadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Givânia Silva.

 

Com o trabalho, o projeto pode colaborar para que haja melhor dimensionamento do que representa o movimento quilombola para a construção da identidade e história nacionais. "Por ser um projeto de extensão, fortalecemos o vínculo da extensão direta com a comunidade", ressalta Rodrigo Gomes.

 

A pesquisadora Gilvânia Silva completa: "Podemos mobilizar e sensibilizar para que esse material seja disponibilizado ao público com as novas ferramentas possíveis".

 

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