Na nota, a Câmara de Extensão da UnB se posiciona em relação à atual situação da universidade.

 

 

Nós, membros da Câmara de Extensão da Universidade de Brasília (CEX), em reunião realizada no dia 17 de abril de 2018, debatemos a situação da Universidade e pontuamos as considerações abaixo destacadas:


1. Consideramos como grave a crise que vivem as Universidades Públicas e, em particular, a situação atual da Universidade de Brasília, com consequências importantes para a AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA e para o bom exercício das atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas no conjunto das Unidades. Avaliamos que as causas desta crise estão diretamente vinculadas às medidas de contingenciamento dos recursos públicos previstos na Emenda Constitucional 95. Avaliamos que, neste momento, vivemos as consequências de medidas implementadas no ano passado pelo governo federal, como a redução de recursos para custeio e investimentos nas IFES-MEC, assim como alteração no teto orçamentário previsto, o que impede, no caso da UnB, em utilizar recursos próprios que garantem a qualidade de parte dos serviços na Universidade de Brasília. Atividades de extensão, com arrecadação de recursos próprios, foram atingidas por essas medidas do governo federal, no ano de 2017;


2. Consideramos, ainda, que há uma guerra de informação e de comunicação sobre as causas da atual crise, onde se coloca o foco do problema na "eficiência" das gestões públicas dos recursos, como um esforço permanente de deslegitimar o papel cultural, social e científico das Instituições de Ensino, das Universidades Públicas e da Educação como um todo. Alertamos que esses mecanismos procuram confundir a comunidade e promover a retirada do caráter público da educação e da ciência no nosso país, enfraquecendo essas atividades como fundamentais para o desenvolvimento humano, social e tecnológico do país e da região;


3. Avaliamos ser fundamental a UNIÃO E INTEGRAÇÃO dos esforços, em todos segmentos que compõem a comunidade universitária, por meio de suas representações, que devem procurar fortalecer a unidade de ação, o diálogo, a cultura democrática e a transparência, na busca de soluções da crise na UnB. Consideramos que qualquer tentativa de enfrentar a crise e suas consequências, que possam gerar o isolamento, o enfraquecimento e a divisão da comunidade universitária, devem ser repensadas;


4. Consideramos ser importante, neste momento, que a Comunidade Acadêmica da UnB, reunida em seus Departamentos e Colegiados possam debater e aprofundar as causas e consequências da atual crise e, ao mesmo tempo, construir uma agenda positiva de defesa da UnB junto à sociedade brasileira e à comunidade do DF, com demonstração prática e concreta do conjunto de ações que são desenvolvidas pela Universidade, assim como dos resultados no ensino, na pesquisa e extensão;


5. Indicamos que os recursos atuais da extensão, na forma de seus projetos, programas e atividades, devem ser utilizados de forma criativa, como meios e instrumentos de comunicação, junto à comunidade e seus espaços, na construção dessa agenda positiva da UnB;

 

6. Por fim, defendemos que a Universidade, como instituição pública, tem o dever de zelar pelo Estado de Direito, defender a liberdade e praticar com radicalidade a transparência, a democracia e a participação de todas/os envolvidos/as. Temos um compromisso com o futuro e uma responsabilidade com o presente. Este é o desafio posto a todos nós que construímos a UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB.

 

Prof.ª Olgamir Amancia Ferreira

Decana de Extensão da Universidade de Brasília - UnB

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