Neste ano, o InovaCerrado participou da feira de negócios AgroBrasília, que ocorreu de 10 a 14 de maio na capital federal. O projeto busca soluções inovadoras para uso de produtos nativos e para aplicação de tecnologias sociais

 

 

 

 

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Foto: Roberto Fleury/Secom UnB

 

Socializar experiências e tecnologias usadas por famílias e comunidades extrativistas é a principal missão do projeto de extensão InovaCerrado, desenvolvido pela Faculdade UnB Planaltina (FUP). A iniciativa incentiva boas práticas de coleta, armazenamento, beneficiamento, processamento e transporte de oito frutos nativos do bioma: pequi, baru, coco-indaiá, araticum, jatobá, buriti, cajuzinho-do-cerrado e cagaita.

 

“A ideia é promover troca de experiências entre extrativistas, pesquisadores e alunos, sempre procurando inovações tanto na parte culinária, com frutos do cerrado, quanto de tecnologias sociais”, explica Denise Barbosa-Silva, pesquisadora e professora voluntária do projeto.

 

Denise afirma que o ponto forte do projeto é a multidisciplinaridade. “Temos as dimensões socioeconômica e ambiental, a inovação sociotécnica, a formação para a organização social e boas práticas”, diz. Dessa forma, o primeiro passo é diagnosticar as atividades extrativistas e as cadeias produtivas das comunidades, tendo em vista as potencialidades e os limites das localidades. Depois, são desenvolvidos produtos que valorizem a biodiversidade do cerrado, estimulando as boas práticas no extrativismo.

 

Segundo Janaína Diniz, coordenadora do InovaCerrado, são mais de dez comunidades envolvidas no projeto. Os assentamentos Márcia Cordeiro Leite (Planaltina-DF), Vale da Esperança (Formosa-GO), Rio Bonito (Cavalcante-GO), Caxambu (Pirenópolis-GO), Comunidade do Sertão (Alto Paraíso-GO), além de vários outros em Mambaí (GO), Montes Claros (MG) e Rio Pardo de Minas (MG).

 

 Foto: Jéssica Marques/Decanato de Extensão

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Nas oficinas e cursos ministrados nos encontros, são discutidas novas tecnologias que possam disseminar boas práticas extrativistas, que preservem o bioma, de forma a suprir as necessidades produtivas e complementar a renda das comunidades. Denise conta que, na última reunião, um extrativista de uma cooperativa do norte de Minas Gerais mostrou técnicas para usar raspas e óleo de buriti. Outra atividade comum é o concurso de culinária com frutos do cerrado.

 

A ideia inicial era ter cinco encontros durante os dois anos de vigência do projeto. Porém, com o sucesso dos três primeiros, outros estão sendo planejados, em comunidades diferentes. O próximo, em julho, será na Chapada Gaúcha (MG).

 

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Foto: Jéssica Marques/Decanato de Extensão 

 

 AGROBRASÍLIA – Neste ano, o InovaCerrado participou da feira de negócios AgroBrasília, que ocorreu de 10 a 14 de maio na capital federal. Os participantes do projeto montaram uma árvore de ideias e ideais do cerrado. “Cada pessoa preenche uma folha com um pensamento, uma dica, uma dificuldade sobre o cerrado”, conta Denise.

 

Também promoveram oficina de artesanato para confecção de bio-joias com pau-terrinha. “Os agricultores têm dificuldade de locais para expor. Essa feira é uma oportunidade para divulgar o trabalho deles e para valorizar o cerrado”, resume a pesquisadora.

 

A AgroBrasília ocorre anualmente no Parque Ivaldo Cenci (PAD-DF), na zona rural do Distrito Federal. Em 2015, foram 420 expositores e público de 100 mil pessoas. Neste ano, a UnB participou do evento com diversas iniciativas. A Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV) ministrou cursos de aproveitamento e degustação de pequi, produção de mudas de hortaliças, técnicas de aproveitamento do maracujá, entre outros. Além do projeto InovaCerrado, a FUP colaborou com uma feira de produtos orgânicos.

 

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