Mais de 200 pessoas lotaram o auditório da Faculdade de Tecnologia (FT) para dia de debates sobre extensão

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Cantora Erê, da Chapada dos Veadeiros, fez uma das apresentações culturais durante o 2º Fórum da Repe. Foto: Andressa Novais/DEX

 

Para aprofundar o diálogo entre universidade e sociedade, o Decanato de Extensão da Universidade de Brasília (DEX/UnB) promoveu um evento para reunir os extensionistas que desenvolvem projetos nos cinco Polos de Extensão da UnB no DF e Entorno. A comunidade dos territórios compareceu em peso, e mais de 200 professores, estudantes, artistas e líderes comunitários participaram do 2º Fórum Sociocultural da Rede de Polos de Extensão, que aconteceu na sábado (9), no Auditório da Faculdade de Tecnologia.

 

O Fórum foi um espaço para troca de experiências entre os projetos participantes dos Polos de Extensão e membros das comunidades local e acadêmica a respeito dos projetos realizados nos territórios ao longo do ano.

 

“O objetivo maior é ter as demandas trazidas pelas suas vozes. É um momento de escuta da universidade. Vamos construir projetos e programas juntos aqui neste momento”, disse Rogério Ferreira, Diretor de Desenvolvimento e Integração Social do DEX.

 

Decana de Extensão da UnB, Olgamir Amancia, falou sobre a riqueza do momento de diálogo extensionista. “É um momento de buscar trazer pro mesmo espaço perspectivas diferentes do nosso território, que é extremamente diverso. Há um esforço para aproximar esses territórios hoje, eles têm muito a dialogar”.

 

DIÁLOGO – O evento contou com apresentações culturais de artistas ligados a cada Polo, como o MC Anderson, também conselheiro do Polo da Ceilândia, do grupo de dança Encanto do Itapoã, do grupo A voz da experiência e da cantora Erê, da Chapada dos Veadeiros.

 

Os conselhos consultivos dos Polos são formados por professores, estudantes e membros da comunidade local, e eles puderam falar bastante sobre o impacto da extensão nos territórios.

 

Raissa Dourado, conselheira do Polo Chapada dos Veadeiros, do Colégio Estadual Moisés Nunes Bandeira, disse que a extensão pode revelar oportunidades para todos. “Nossa escola reflete a comunidade, é multicultural, temos alunos quilombolas e etc. Para alguns, a universidade é um caminho natural, mas para outros não. Então a presença da universidade é muito importante para mostrar para eles que é uma possibilidade”.

 

Conselheiro do Polo Kalunga, Carlos Pereira concorda. “A partir do Polo, temos muitos jovens procurando as universidades. A UnB é pioneira dentro da nossa região, mostrando um caminho”.

 

Críticas à atuação da UnB nos territórios também foram feitas. Leila Maria de Jesus, do Centro de Cultura e Desenvolvimento de Paranoá (CEDEP), reclamou da relação anterior da UnB com a comunidade. “Iam lá, faziam pesquisa e nunca mais deram retorno. Agora estamos discutindo como podemos avançar”, disse.

 

Mas essa crítica não se aplica ao professor Renato Hilário, um dos pioneiros nos projetos na região do Paranoá. Ele saudou o momento de acolhimento e diálogo entre visões diferentes. “Todos os Polos são singulares, o que pode parecer nos afastar. Mas é para nos juntar. Passa necessariamente por um trabalho coletivo. Nesse dia de hoje estamos identificando problemas, e através da junção universidade-comunidade, encontrar uma solução”.

 

O diálogo entre diferentes projetos dos cinco Polos deu forma ao Fórum, que teve formação de Grupos de Trabalho temáticos para debate das demandas territoriais: Educação, Cultura e Arte; Saúde e Qualidade de Vida; Direitos Humanos, Gênero e Raça; Meio Ambiente, Sustentabilidade e Agroecologia; e Turismo, Esporte, Gestão de Território e Habitação.

 

Os GTs resultaram em várias demandas e propostas que serão utilizadas para o planejamento dos próximos passos da REPE, inclusive no edital de 2024, que será lançado no dia 4 de janeiro. Pedidos por ações voltadas para juventude, ações noturnas, melhora na mobilidade e direito à cidade nortearam os debates.

 

REPE – A partir da perspectiva de expansão territorial da Universidade, surgiu a Rede de Polos de Extensão (REPE), oficializada em abril de 2022. A resolução, aprovada pela Câmara de Extensão (CEX), estabelece a REPE como um Programa de Ação Contínua gerido pelo DEX. A ideia é integrar projetos que já são realizados e estimular a criação de novas propostas. Os extensionistas desenvolvem projetos na Chapada dos Veadeiros, território Kalunga, Regional Ceilândia, Regional Paranoá/Itapoã e Regional Recanto das Emas.

 

No dia 4 de janeiro de 2024, o DEX vai publicar os novos editais para programas e projetos de extensão, incluindo edital para a Rede de Polos.

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