Apresentação do projeto na Conferência Livre Nacional de Vigilância em Saúde, no Rio de Janeiro
Aliando turismo e saúde, o projeto “Vigilância e Promoção em Saúde, Ambientes Sustentáveis e Bem-viver: Forma-Ação de Facilitadores para o Turismo e a Saúde de Base Comunitária” busca articular ambos os campos a partir do diálogo com as comunidades quilombolas do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga.
Esse foi um dos 20 projetos selecionados pelo Programa de Extensão para a Implementação da Política Nacional de Vigilância em Saúde do SUS e a Participação da Comunidade (PNVS Comunidade), uma parceria do Ministério da Saúde, com o Decanato de Extensão da Universidade de Brasília (DEX/UnB), o Sistema Único de Saúde (SUS), o Fórum de Pró-reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras (Forproex) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar).
O projeto foi submetido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) e outros departamentos da UnB, como o Departamento de Saúde Coletiva e o Instituto de Psicologia.
“A partir de então, a conexão entre saúde e turismo vêm sendo articulada, principalmente, por debates sobre a vigilância em saúde do trabalhador, se aproximando de uma metodologia já consagrada na ENSP, da Fiocruz do Rio de Janeiro e tentando adaptar ela para a realidade do debate turístico e usar ela como norteadora da construção de uma proposta de uma formação em turismo, como era o objetivo desde 2021”, explica o coordenador do projeto, o professor Thiago Sebastiano.
TURISMO E SAÚDE – O diálogo com as comunidades Kalunga já ocorre há algum tempo, através de trabalhos de campo do Centro de Excelência em Turismo (CET). O professor Thiago Sebastiano, coordenador do projeto junto à professora Muna Odeh, já tinha contato com as comunidades Kalunga desde 2014, quando fazia doutorado. Desde então, ele vem dialogando com a comunidade e com membros pesquisadores e trabalhadores do turismo no local.
Os dois campos envolvidos no projeto são de grande importância no cotidiano de toda comunidade. “A saúde, por um lado, como uma institucionalidade muito maior, seja pelo SUS, seja pelos debates, pelo acesso regular de equipamentos, de necessidade mesmo; e o turismo como esse fenômeno social que abarca múltiplas dimensões da existência que vai se firmando como algo muito presente, de modo mais ou menos direto, na vida de todo sujeito contemporâneo”, diz Thiago Sebastiano.
“A ideia do projeto é pensar que o turismo, o usufruto das experiências, dos equipamentos e serviços turísticos possam promover saúde. Isso no entendimento que a saúde é um constructo, uma produção coletiva e socialmente determinada”, explica.
Desta forma, as práticas características do turismo, como o lazer e a alimentação podem ser vistas como atividades promotoras da saúde, uma vez que que elas permitem às comunidades acesso a instrumentos que contribuem para uma boa qualidade de vida.
“Em 2021, quando o Polo UnB Kalunga foi construído, as comunidades apresentaram algumas demandas. Dentre elas, a demanda por uma formação em turismo que fosse integralista e que conseguisse comportar algumas entradas, como a agroecologia e outras”, comenta.
Assim, o desenvolvimento, junto às comunidades, de materiais e estruturas para a formação de agentes multiplicadores em turismo quilombola vem sendo trabalhado desde o projeto “Redes territoriais e turismo na Chapada dos Veadeiros: a cosmovisão dos quilombos”, coordenado pelo professor Luiz Carlos Spiller, e do projeto de “Educação em Turismo”, coordenado pelo professor Thiago Sebastiano.
A equipe do projeto conta com três estudantes kalunga, alunas dos outros dois projetos citados, que ajudam a mediar o diálogo com as comunidades. “Está sendo uma oportunidade rica, aprender e poder compartilhar com minha comunidade sobre turismo e saúde, uma vez que temos em nosso município e nos municípios vizinhos uma grande quantidade de atrativos turísticos. O projeto está abrindo um leque de aprendizado.", diz Carolaine Coutinho, estudante de pedagogia.
Por ora, o projeto está em fase de divulgação para a comunidade para então começarem as intervenções, com o desenvolvimento de entrevistas, palestras e outras atividades.
SEGUNDA FASE – O Ministério da Saúde deve iniciar a segunda fase do Programa PNVS Comunidade em breve, com um aumento nos recursos para apoiar outros 55 projetos aprovados no edital.
Enquanto isso, os 20 projetos selecionados inicialmente continuam atuando em 14 estados. "Neste momento, estão sendo desenvolvidos em seus territórios e há previsão de vários seminários nacionais de acompanhamento, incluindo um momento durante a Semana Universitária de 2023”, conta o professor Alexandre Pilati, diretor técnico de Extensão.
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*estagiária no DEX/UnB